A medicina tem uma aura de status, glamour e carrega muitas imagens idealizadas, mas na prática a profissão é uma das mais estressantes e cheia de riscos para além da proximidade com agentes causadores de doenças. Ser médico pode trazer sérias consequências, como o risco cinco vezes maior de cometer suicídio. Quase metade dos estudantes de medicina tem algum grau de depressão.
Segunda pesquisa realizada pelo Diretor de Fiscalização e Comunicação do CRM-PB Bruno Leandro de Souza, 65% dos médicos da Paraíba sofrem de Bournout (que é um tipo de esgotamento mental) 17% afirmaram ter depressão, e todos responderam que não procuraram nenhum tipo de ajuda profissional ou técnicas e recursos para melhoria na sua saúde mental. Dr. Leandro realizou a pesquisa em 2021 com o título: Qualidade de vida e Bournout entre os médicos. 3 médicos ouvidos no estudo em 2019 atentaram contra sua vida.
Outro dado que chama atenção é, quando a pesquisa foi realizada em 2019, antes da Pandemia, a categoria médica mais afetada com o esgotamento físico e mental era de médicos de saúde da família, em comparação com os dados de 2021 durante a pandemia, os médicos mais afetados com Bournout era intensivistas e emergencista.
As causas apontadas por diversos estudos e pesquisas apontam para: exposição diária a situações de estresse, vivência direta com a morte e condições de trabalho precárias como alguns gatilhos para o ato. A competição e a ambição no campo profissional finalizam as características que transformam a profissão em arriscada para o suicídio.
Com esses dados e números alarmantes a nossa reportagem conversou com Coordenadores dos cursos de medicina da UFPB em João Pessoa e da Faculdade Santa Maria (FSM) em Cajazeiras.
Segundo o Dr. Estácio Amaro que coordena o curso na capital, A UFPB tem 3 opções de apoio para os estudantes que necessitem de amparo psicológico e/ou psiquiátrico. Dr. Estácio que é psiquiatra afirmou que acompanha pessoalmente os alunos que o procuram com problemas e questões psicológicas. A UFPB dispõe de Clínica escola do curso de psicologia com atendimento de urgência para os alunos, O Centro de Referência de assistência social além do Comitê de inclusão e acessibilidade – CIA e o ambulatório de psiquiatria do HU.
Em Cajazeiras, o coordenador Caio Visalli destacou que a faculdade tem o NAP núcleo de apoio Psicopedagógico que segundo ele traria a primeira avaliação de questões da saúde mental dos estudantes e a clínica escola do curso de psicologia da instituição. Dr. Caio avaliou que a FSM mantém diálogo constante entre coordenação, professores e
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A busca por apoio psicológico também é altamente recomendada. Os estudantes de medicina devem estar cientes de que não estão sozinhos em suas dificuldades e que existem profissionais capacitados para ajudá-los. A terapia individual ou em grupo pode ser extremamente benéfica, oferecendo um espaço seguro para expressar emoções, compartilhar desafios e receber orientações. As instituições de ensino também devem disponibilizar serviços de suporte psicológico aos estudantes, com profissionais especializados em lidar com as questões específicas enfrentadas nessa jornada.
Além disso, a promoção de uma cultura de apoio e empatia entre os estudantes de medicina é fundamental. Estabelecer espaços de diálogo aberto e encorajar a troca de experiências pode ajudar a reduzir o estigma em relação às questões de saúde mental e fortalecer o suporte mútuo.
Os médicos e estudantes de medicina devem estar atentos aos sinais de alerta, como alterações de humor, dificuldades de concentração, problemas de sono ou isolamento social, buscando ajuda profissional sempre que necessário.
Fonte: O Jornalista Gutemberg de Andrade