Deputados pedem ao TCU e à CGU que investiguem governo Lula por comprar móveis sem licitação - BLOG DO GERALDO ANDRADE

Deputados pedem ao TCU e à CGU que investiguem governo Lula por comprar móveis sem licitação



Palácio do Planalto, sede do Executivo federal, em Brasília

Palácio do Planalto, sede do Executivo federal, em Brasília

PEDRO FRANÇA / AGÊNCIA SENADO

Nove deputados deferais pediram ao Tribunal de Contas da União (TCU) e à Controladoria-Geral da União (CGU) que investiguem uma compra sem licitação de 11 móveis no valor de R$ 379 mil feita pela Presidência da República.

No dia 3 de fevereiro, o governo federal publicou no Diário Oficial da União (D.O.U.) o extrato de dispensa da abertura de edital para a aquisição dos objetos. Segundo a Presidência, a compra sem licitação foi necessária por se tratar de um caso de emergência ou calamidade pública. O texto divulgado no D.O.U., contudo, não apresentou detalhes do que de fato foi comprado nem dos locais onde os móveis foram instalados.

Nos ofícios enviados ao TCU e à CGU, os deputados destacam que "causa preocupação o fato de a Presidência da República ter desembolsado quase R$ 400 mil para adquirir apenas 11 móveis, sem divulgação pública a respeito de quais são estes móveis, quais suas características, para qual residência eles foram destinados e o que justificaria o gasto de valores tão significativos, tudo isso enquanto a sociedade brasileira sofre com desemprego, alta nos juros e endividamento".


    Os parlamentares questionam a explicação dada pela Presidência para comprar os móveis e dizem que a situação apresentada até o momento não parece se enquadrar como
    emergencial nem comprometedora da segurança de pessoas ou obras. Além disso, eles cobram a apuração sobre a dispensa de licitação.

    De acordo com os deputados, se for constatada alguma ilegalidade, o erro pode ser enquadrado como improbidade administrativa em razão de dano ao erário e também em um crime previsto no Código Penal que pune com multa e prisão de quatro a oito anos quem admite, possibilita ou dá causa a contratação direta fora das hipóteses previstas em lei.

    Para os parlamentares, é estranho o governo gastar "milhares de reais com alguns poucos bens de luxo para uso pessoal da Presidência da República, sem explicar por que a aquisição desse bens não poderia ter sido feita de acordo com a regra e não a exceção, isto é, por meio de licitação pública em que se apurariam as propostas com critérios como melhor preço, maior desconto, melhor técnica e maior retorno econômico".

    Confira a lista dos deputados que assinaram os ofícios:
    Adriana Ventura (Novo-SP)
    Alfredo Gaspar (União-AL)
    Deltan Dallagnol (Podemos-PR)
    Gilson Marques (Novo-SC)
    Kim Kataguiri (União-SP)
    Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP)
    Marcel Van Hattem (Novo-RS)
    Maurício Marcon (Podemos-RS)
    Pedro Aihara (Patriota-MG)

    O que diz o governo

    Em nota enviada à imprensa, a Secretaria de Comunicação Social explicou que, "diante de inédito extravio, destruição e deterioração de mobiliário em imóveis da Presidência da República, foi necessário recompor esse patrimônio da Presidência".