Mais de 15% da população da Paraíba vivia em situação de extrema pobreza em 2021, revela IBGE - BLOG DO GERALDO ANDRADE

Mais de 15% da população da Paraíba vivia em situação de extrema pobreza em 2021, revela IBGE

 

Cerca de 629,7 mil pessoas viviam em situação de extrema pobreza na Paraíba, em 2021, com rendimento domiciliar per capita de menos de R$ 169, de acordo com a Síntese de Indicadores Sociais 2022. A pesquisa, divulgada pelo IBGE, nesta sexta-feira (2), aponta que 15,6% da população do estado tinha rendimento domiciliar per capita inferior a US$ 1,9 por dia, linha de extrema pobreza adotada pelo Banco Mundial.



Essa proporção é a mais alta desde o início da série histórica, em 2012, e indica um aumento frente à observada em 2020, que era de 8,9%. O percentual paraibano ficou acima da média nacional (8,4%), mas abaixo da do Nordeste (16,5%).



Além disso, quase metade da população do estado (47,4%) estava abaixo da linha de pobreza estabelecida pelo Banco Mundial – de US$ 5,5, ou seja, com rendimento domiciliar per capita menor que R$ 489. Essa proporção também foi superior à média do Brasil (29,4%), mas um pouco inferior à da região (48,7%).


De acordo com a síntese, em um cenário hipotético, sem o pagamento de benefícios de programas sociais governamentais, a proporção de pessoas que estariam em situação de extrema pobreza na Paraíba passaria a abarcar quase um quarto da população (24,3%). Já a daquelas situadas abaixo da linha de pobreza seria de 53%.


Ainda segundo a pesquisa, em 2021, a Paraíba era a 7ª unidade da federação mais desigual do país, com Índice de Gini de 0,562, superior às médias nacional (0,544) e regional (0,556). O indicador varia de zero, que representa a perfeita igualdade, até um, que aponta para a desigualdade máxima. Esse foi o valor mais alto já atingido desde o começo da série histórica, em 2012, um pouco acima do observado em 2019 (0,561).



Também na análise de uma situação sem o pagamento dos benefícios, o Índice paraibano subiria para 0,621 e seria o 3º maior do país, atrás apenas de Pernambuco (0,627) e do Rio Grande do Norte (0,621).



Em relação às classes de rendimento, os dados apontam que cerca de 80% da população do estado tinha rendimento domiciliar per capita de até um salário mínimo, de modo que: 2,4% não tinham rendimentos; 24,2% tinham de mais de 0 até um quarto de salário mínimo; 26,5% tinham de mais de um quarto até um meio; e 27,4% tinham de mais de um meio até um salário mínimo. Já 13,2% tinham rendimento de um a dois salários mínimos; 2,7% tinham de dois a três; 2,1% de três a cinco; e 1,5% de mais de cinco.



Paraíba tem 4º maior percentual do país de jovens que não estudavam nem estavam ocupados


Entre os jovens de 15 a 29 anos de idade na Paraíba, aproximadamente 35,1% não estudavam, nem trabalhavam, em 2021, de acordo com a Síntese de Indicadores Sociais 2022. Como a 4ª maior proporção do país, o resultado paraibano ficou atrás apenas dos verificados no Maranhão (37,7%), em Alagoas (36,6%) e no Acre (35,5%). Além disso, foi maior que os observados nas médias do Brasil (25,8%) e do Nordeste (33%)











 


Nesta edição, em virtude da disponibilidade de dados para o estudo, foi considerada apenas a frequência à escola, sem incluir aqueles que participavam de cursos pré-vestibulares, técnico de nível médio, normal (magistério) e qualificação profissional. Logo, a análise se restringe aos jovens que não estavam ocupados e não estudavam, ao invés do grupo ampliado que inclui também os que não se qualificavam.



A proporção de jovens que não estudavam nem estavam ocupados era maior no grupo de 25 a 29 anos de idade (41,9%), seguido pelo de 18 a 24 anos (41%). No de 15 a 17 anos, por outro lado, era bem menor (8,1%).



Ainda conforme a síntese, dos 339 mil jovens nessa condição, cerca de 25,9% estavam na força de trabalho, mas desocupados, ou seja, tinham tomado alguma providência para procurar uma ocupação, na semana de referência. Já os outros 74,1% estavam fora da força de trabalho.


Mercado de trabalho


Em 2021, foi registrada alta no nível de ocupação na Paraíba, que passou de 40,3%, em 2020, para 41,5%. Apesar disso, esse ainda foi o 2º menor valor da série histórica, iniciada em 2012, contrastando com o ponto mais alto, observado em 2014 (53%).


A Síntese indica que, das aproximadamente 1,3 milhões de pessoas ocupadas no estado semana de referência em 2021: 25,9% tinham a posição de empregado com carteira de trabalho assinada; 26,6% de empregado sem carteira de trabalho assinada; 11% de militar ou funcionário público estatutário; 30,8% de conta própria; e 3,1% de empregador.


O rendimento médio real do trabalho principal habitualmente recebido pelas pessoas de 14 anos ou mais de idade, que estavam ocupadas na semana de referência, era de R$ 1.706. Se analisadas as posições na ocupação, os maiores valores foram verificados nas de empregador (R$ 5.470) e de militar ou funcionário público (R$ 3.802). Já os menores correspondiam aos grupos dos empregados sem carteira de trabalho assinada (R$ 1.027) e daqueles que eram conta própria (R$ 1.184).



Também foi constatada redução na taxa composta de subutilização, que agrega três componentes: desocupação, subocupação por insuficiência de horas e força de trabalho potencial, que inclui as pessoas que não estão ocupadas, porém tomaram alguma medida efetiva para conseguir trabalho, mas não estavam disponíveis para trabalhar ou não realizaram busca por trabalho apesar de desejarem e estarem disponíveis. O indicador passou de 43%, em 2020, para 42,2%, em 2021.


Apesar disso, a taxa paraibana foi a 6ª maior do país, atrás apenas das registradas no Maranhão (46,6%), no Piauí (45,7%), em Sergipe (44,9%), na Bahia (44,5%) e em Alagoas (44,2%). O percentual também ficou acima das médias do Brasil (28,5%) e do Nordeste (41,9%).



Fonte: Portal Wscom