Bolsonaro diz,PM da Bahia matou ex-capitão Adriano da Nóbrega - BLOG DO GERALDO ANDRADE

Bolsonaro diz,PM da Bahia matou ex-capitão Adriano da Nóbrega



O presidente Jair Bolsonaro inaugurou na tarde deste sábado (15) a ligação da Ponte Rio-Niterói com a Linha Vermelha, no Rio de Janeiro. No final do evento, ao ser questionado sobre a morte do ex-capitão Adriano da Nóbrega, morto na Bahia na semana passada, o presidente afirmou que foi a Polícia Militar da Bahia que matou o ex-policial.

"Quem matou o capitão Adriano foi a PM da Bahia. Mais ainda: medalha de 2005 [condecoração concedida pelo então deputado Flavio Bolsonaro]. Ele foi condenado em primeira instância e absolvido em segunda. Não tem nenhum sentença tramitada e julgada condenando o capitão Adriano por nada. Sem querer defendê-lo, não conheço a vida pregressa dele. Naquele ano ele era um heróis da Polícia Militar. Como é muito comum qualquer policial em operação mata vagabundo, mata traficante, e a imprensa, em grande parte vai em defesa do marginal e condena o policial."

O presidente também foi questionado sobre a ligação do ex-capitão Adriano com a milícia no Rio. Ele afirmou que não conhece o grupo.

"Eu não conheço a milícia no Rio de Janeiro. Desconheço. Não existe nenhuma ligação minha com a milícia do Rio de Janeiro", afirmou.

Bolsonaro disse ainda que ele mesmo pediu que o filho Flávio fizesse uma homenagem para Adriano na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), em 2005. Segundo o presidente, na época o policial era um herói.

"Eu é que pedi pro meu filho condecorar, pra que não haja dúvida. Ele era um herói. Eu determinei, pode trazer pra cima de mim, essa aí. Meu filho condecorou centenas de policiais. Vocês querem me associar a alguém por uma fotografia, por uma moção, isso aconteceu 15 anos atrás. Pessoas mudam para o bem ou para o mal, mudam. Não estou fazendo juízo de valor aqui, espero que as investigação...se bem que se for aqui pelo Rio o padrão..aquela do porteiro da minha casa, o padrão porteiro da minha casa...", disse Bolsonaro.

Flávio Bolsonaro fala sobre morte de ex-capitão
Durante o evento, o senador Flávio Bolsonaro também falou sobre a morte de Adriano da Nóbrega e citou uma reportagem da revista Veja, que afirma que pode ter havido queima de arquivo.

“Não adianta querer me vincular à milícia porque não tem absolutamente nada com milícia. Condecorei o Adriano há mais de 15 anos. Há mais de 15 anos. Como é que eu posso adivinhar o que ele faz de certo e errado hoje, depois de 15 anos, vou insistir com isso.

Eu tive a informação de que iriam cremar o corpo dele. Fiz questão de ir para as redes sociais e pedir para que não fizesse. Pelo o que eu soube, é aquilo que está na revista, ele foi torturado para falar o quê? Com certeza nada contra nós, porque não tem o que falar contra nós. Não temos envolvimento nenhum com milícia”, afirmou Flávio Bolsonaro.

Notas do Governador da Bahia e do Presidente Bolsonaro
O governador da Bahia, Rui Costa (PT), divulgou uma nota em que afirma:

"Na Bahia, trabalhamos duro para prevalecer a lei e o Estado de Direito. Na Bahia, a determinação é cumprir ordem judicial e prender criminosos com vida."

Também em nota, o presidente Bolsonaro reiterou que o policial Adriano foi condecorado em 2005 e que até a data da execução dele, nenhuma sentença condenatória transitou em julgado.

O presidente Jair Bolsonaro e o governador da Bahia, nas notas que divulgaram, acabaram por elevar o tom e trocaram ofensas.

Visita ao Rio
O presidente chegou ao Rio por volta das 14h30. Estavam presentes no evento de inauguração na Ponte-Rio Niterói o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, o senador Flavio Bolsonaro (Sem Partido), o deputado Hélio Negão (Sem Partido), o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno e o juiz federal Marcelo Bretas.

Bolsonaro também participou na Praia de Botafogo, Zona Sul do Rio, do evento religioso da Igreja Internacional da Graça de Deus. O presidente deixou o local por volta das 17h sem falar com os jornalistas.



Fonte: G1