ELEIÇÕES HISTÓRICAS: Relembre os recordistas de votos nas disputas pela Câmara Federal desde 1982 - BLOG DO GERALDO ANDRADE

ELEIÇÕES HISTÓRICAS: Relembre os recordistas de votos nas disputas pela Câmara Federal desde 1982

 ELEIÇÕES HISTÓRICAS: Relembre os recordistas de votos nas disputas pela Câmara Federal desde 1982

A política é uma ciência muito dinâmica. Candidatos se mantém no mesmo cargo por décadas, enquanto outros aparecem e somem da vista dos eleitores em um passe de mágica.

Aqui na Paraíba, temos verdadeiras dinastias que se perpetuam em Prefeituras e no poder legislativo, o que traz uma sensação de menor rotatividade nas Assembleias e Câmaras.

Mas isso não é uma regra pré-estabelecida e vários políticos já foram a “bola da vez”, sendo os mais votados em .diferentes eleições, mesmo sendo estreantes que surpreendem a Paraíba ou veteranos que solidificam ainda mais seus nomes perante os eleitores.

Pensando em apresentar esses casos específicos, o Polêmica Paraíba traz uma matéria especial mostrando quais foram os recordistas de votos nas disputas pela Câmara Federal desde o processo de redemocratização em 1982, até o pleito de 2022.

1982 – Tarcísio Burity

Tarcísio de Miranda Burity começou sua carreira política ao ser nomeado secretário da Educação e Cultura do Estado pelo Governador Ivan Bichara, por intermediação de José Américo de Almeida.

Através de eleição indireta, como ocorria à época, se tornou Governador da Paraíba, em 1979, pela ARENA. Em 1982, renuncia ao cargo, para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados, recebendo aquele momento, a maior votação da história da Paraíba, com 173.107, quase 90 mil votos de vantagem para o segundo colocado.

A votação de Burity em 1982 foi tão impressionante, que só foi superada apenas 32 anos depois.

Em novembro de 1986, foi eleito, mais uma vez, Governador pelo MDB (desta vez pelo voto popular), permanecendo à frente do executivo até março de 1991.

Após sofrer o atentado orquestrado por Ronaldo Cunha Lima, no restaurante Gulliver no final de 1993, a saúde do ex-Governador nunca mais foi a mesma, o que o afastou da política, mesmo com duas tentativas de ida ao Senado em 1998 e 2002, antes de falecer em 2003, aos 64 anos.

1986 – Antônio Mariz

Um dos políticos mais renomados do estado, o ex-Prefeito de Sousa, foi Deputado Federal por 12 anos até a disputa ao Governo em 1982, perdendo a eleição para Wilson Braga, do PDS (atual Progressistas), por mais de 150 mil votos.

Retornou às disputas e a Câmara Federal quatro anos depois em grande estilo, sendo o mais votado do pleito com pouco mais de 106 mil votos, mais de 13 mil de vantagem para o segundo colocado, o jovem Cássio Cunha Lima.

Eleito Senador em 1990 em uma disputa contra Marcondes Gadelha, Mariz chegou ao Governo em 1994 após uma eleição acirrada contra Lúcia Braga.

O Governador tomou posse em 1 de janeiro de 1995, mas faleceu em 16 de setembro do mesmo ano, vitimado por um câncer que infelizmente o acompanhava a alguns anos.

1990 – Lúcia Braga

Lúcia foi a primeira paraibana a se tornar Deputada Federal em sua primeira eleição, no pleito de 1986.

Braga foi reeleita para mais um mandato em 90 com a maior votação do estado, ao atingir 67.462 votos, uma diminuição dos mais de 90 mil que tinha recebido quatro anos antes.

Lúcia concorreu ao Governo do Estado em 1994 e a Prefeitura de João Pessoa em 1996, sendo derrotada por Antônio Mariz e Cícero Lucena.

Eleita Deputada Estadual em 1998, retornou a Brasília em 2002, no seu último mandato, encerrado em 2006.

1994 – Cássio Cunha Lima

Deputado Federal em sua primeira eleição no ano de 1986, Cássio Cunha Lima não concluiu o mandato ao ser eleito Prefeito de Campina Grande em 1988.

Após os quatro anos de mandato, Cássio foi nomeado superintendente da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), cargo que ocupou de 1992 a 1994.

No mesmo ano de 94, decidiu retornar às disputas políticas se candidatando a Câmara Federal, sendo eleito com a maior votação desde Burity em 1982, com 157.609 votos.

Cássio acabou mais uma vez não concluindo o mandato ao ser eleito Prefeito de Campina em 1996, abrindo espaço para o suplente Ricardo Rique.

1998 – Wilson Braga

Deputado Estadual entre 1955 e 1967 e Federal entre 1968 e 1982, se tornou Governador no pleito de 82 ao derrotar Antônio Mariz.

Após não conseguir se eleger Senador em 1986, vence o pleito de 88 e se torna Prefeito de João Pessoa, cargo que ocupou por menos de dois anos, quando renunciou para disputar mais uma vez o Governo, sendo derrotado por Ronaldo Cunha Lima.

Eleito Vereador da capital em 1992, também fica menos de dois anos, para se tornar mais uma vez Deputado Federal no pleito de 94.

Quatro anos depois foi reeleito com a maior votação da Paraíba, com pouco mais de 80 mil votos, uma diferença de 4 mil para Damião Feliciano.

Disputou o Senado em 2002, ficando na terceira colocação. Retornou a Câmara em 2006, encerrando sua vida pública como Deputado Estadual, entre 2011 e 2015.

2002 – Wilson Santiago

Deputado Estadual entre 1995 e 2002, Wilson Santiago se colocou em sua primeira disputa por uma vaga na Câmara, mas que iria enfrentar nomes mais tarimbados da política paraibana.

Para a surpresa de muitos, Santiago foi eleito com a maior votação do pleito ao atingir 99.941 votos, uma diferença de menos de 5 mil perante a Ronaldo Cunha Lima.

Wilson teve mais dois mandatos até se candidatar ao Senado em 2010, ficando na terceira colocação, retornando a Câmara em 2018.

2006 – Vitalzinho

Após dois mandatos de Vereador em Campina Grande e mais três de Deputado Estadual, com duas candidaturas à Prefeitura de Campina Grande, uma como Vice-Prefeito em 1996 e outra como Prefeito em 2000, Vital do Rêgo Filho, o Vitalzinho se colocava como um dos principais nomes da disputa por uma das 12 vagas em Brasília, no pleito de 2006.

Em uma eleição na qual oito dos doze eleitos tiveram mais de 100 mil votos, Vitalzinho foi o líder com 168.301 votos, uma vantagem de menos de 5 mil para Wilson Santiago, que havia sido o primeiro colocado em 2002.

Após o mandato foi eleito Senador em 2010, renunciando ao cargo em 2014, ao assumir a vaga de ministro do Tribunal de Contas da União, abrindo a vaga para o suplente e ex-senador Raimundo Lira.

2010 – Wellington Roberto

Eleito suplente do Senador Humberto Lucena em 1994, Roberto assumiu o cargo após a morte do titular em abril de 1998.

Após o fim do mandato, Wellington se candidatou à Câmara em 2002, sendo eleito com pouco mais de 76 mil votos.

Reeleito em 2006 com mais de 125 mil votos, Roberto foi o primeiro colocado no pleito de 2010, com uma votação um pouco menor que aquela de quatro anos antes, ao atingir 113.167 votos.

Desde então o Deputado se mantém na Câmara, sempre passando dos 100 mil votos.

2014 – Pedro Cunha Lima

Filho do ex-Governador Cássio Cunha Lima, Pedro era um jovem de apenas 26 anos quando disputou o pleito de 2014.

Em uma eleição na qual o seu pai não conseguiu a reeleição ao Senado, Pedro bateu o recorde de votos de Tarcísio Burity que perdurava desde 1982, ao ser eleito com 179.886 votos, marca que até hoje não foi batida.

Uma curiosidade desse pleito, é que o segundo colocado também bateu o número de votos de Burity, no caso Veneziano Vital do Rêgo, que teve 177.680 votos.

Pedro teve mais um mandato na Câmara e após disputar o Governo em 2022, não declarou até a publicação desta matéria se irá concorrer a algum cargo em 2026.

2018 – Gervásio Maia

Filho do ex-Deputado Estadual Gervásio Bonavides Mariz Maia e neto do ex-Governador João Agripino Filho, a primeira experiência política de Gervásio foi no ano de 2002, quando foi eleito Deputado Estadual pelo MDB com 26.152 votos.

Após mais três mandatos na Assembleia, Maia decidiu alçar voos mais altos e foi mais bem sucedido do que muitos imaginavam.

Amparado pela força e prestígio com o então Governador Ricardo Coutinho, Gervásio foi o mais votado daquele pleito com 146.860 votos, mais de 26 mil de vantagem frente à Aguinaldo Ribeiro.

2022 – Hugo Motta

Vindo de uma das famílias mais tradicionais da política paraibana, Hugo Motta foi o Federal mais jovem do Brasil ao ser eleito em 2010, com mais de 86 mil votos, tendo apenas 21 anos.

Após mais dois mandatos, Hugo foi reeleito para um quarto mandato em 2022, sendo o mais votado do pleito com 158.171 votos, 23 mil de vantagem contra Aguinaldo Ribeiro.

Esse mandato foi o que deu à Hugo a oportunidade de ser Presidente da Câmara dos Deputados, o terceiro paraibano a ocupar o cargo desde a instauração da república.

Fonte: Vitor Azevêdo
Créditos: Polêmica Paraíba