VÍDEO: Jeová mostra documentos que, segundo ele, provam diploma falso de Corrinha e cita acúmulo de cargos - BLOG DO GERALDO ANDRADE

VÍDEO: Jeová mostra documentos que, segundo ele, provam diploma falso de Corrinha e cita acúmulo de cargos

 



Depois da tentativa frustrada na semana passada, o advogado e ex-deputado estadual Jeová Campos, que é procurador da Assembleia Legislativa da Paraíba (TJPB), conseguiu realizar uma coletiva de imprensa na tarde desta terça-feira (16), no auditório da CDL de Cajazeiras, para apresentar documentos que, segundo ele, provam que o diploma de Mestrado em Educação da pré-candidata a prefeita Corrinha Delfino (Progressistas) é falso. Além disso, Jeová citou o relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE) que aponta acúmulo de cargos públicos irregular e recebimento de R$ 1,6 milhão sob suspeita pela pré-candidata. Na mesa, Jeová estava acompanhado do deputado estadual Chico Mendes (PSB), adversário de Corrinha na disputa pela prefeitura de Cajazeiras, entre outros aliados.



Segundo o relatório do TCE, que foi feito conjuntamente pela Diretoria de Auditoria e Fiscalização – DIAFI, o Departamento de Auditoria da Gestão Municipal II – DEAGM II e a Divisão de Auditoria da Gestão Municipal IV – DIAGM IV, a professora e ex-secretária de Educação de Cajazeiras, Maria do Socorro Delfino Pereira, conhecida como Corrinha Delfino, recebeu os proventos ocupando as vagas de secretária na gestão do atual prefeito José Aldemir (Progressistas), professora do município de Cachoeira dos Índios e gerente regional de Educação.


Os cargos teriam sido ocupados de maneira cumulativa entre 2013 e 2024 e a ex-secretária teria recebido R$ 1.681.781,00. “No período de janeiro de 2015 a maio de 2020 e de janeiro de 2023 até abril de 2024 (última informação constante do Sagres), acumulou indevidamente os cargos públicos nos municípios de Cachoeira dos Índios e Cajazeiras”, diz trecho do relatório.



Ao ser indagado sobre esse caso durante a coletiva, Jeová Campos respondeu que já existem duas representações protocoladas pela Câmara de Vereadores de Cajazeiras no TCE contra Corrinha, exatamente sobre acúmulo de cargos e outra que pede uma cautelar para suspender as progressões salariais que Corrinha obteve com o diploma supostamente falso. Ele sugeriu que moradores de Cajazeiras e de Cachoeira dos Índios também mobilizem uma ação popular na Justiça para que a pré-candidata devolva os recursos aos municípios.


“Podem ter certeza que o Tribunal de Contas, através das representações feitas pela Câmara, vai apurar isso aqui detalhadamente e vai chegar onde é necessário, a devolução dos recursos recebidos ilegalmente”, falou o ex-deputado.

Jeová Campos mostra cópia de suposto diploma falso da pré-candidata Corrinha Delfino


Assinaturas e CPF’s falsos

Na coletiva, Jeová Campos distribuiu aos participantes uma espécie de “dossiê” com cópias de documentos que, segundo ele, provam que o diploma de Mestrado em Educação obtido por Corrinha Delfino é falso. Consta cópia de suposto certificado com 11 disciplinas de 60 horas cada uma. Segundo Jeová, Corrinha não assistiu nenhuma aula e nunca esteve na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), que é citada como a instituição que expediu o suposto diploma, mas a própria Unifesp já enviou ofício à Câmara de Cajazeiras negando a validade do documento.


Segundo Jeová Campos, o suposto diploma possui assinaturas de pessoas que não têm nenhum vínculo com a Unifesp. A apuração feita por ele, através de CPF’s, aponta que o suposto esquema utilizou o nome de uma pró-reitora da Universidade Federal de Brasília como sendo pró-reitora da Unifesp, além dos nomes de outras duas mulheres, uma que é cirurgiã dentista e outra que é vendedora de confecções, o que levanta suspeita de um esquema de falsificação de diplomas.


“Quem é capaz de ir para a Difusora fazer bravatas, intimidar todo mundo usando um documento desse, eu pergunto: o que essa pessoa não fará nas contas da prefeitura de Cajazeiras? O que ela não é capaz de fazer? Eu não estou aqui acusando ela de nada, estou apresentando para Cajazeiras que não vou renunciar ao meu cargo de procurador, porque esse documento é fajuto; é um documento que, se ela tivesse parado para pensar um minuto, ela não tinha comprado no mercado paralelo”, disse o ex-deputado.


Entre as cópias de documentos apresentadas por Jeová, está também um certificado que seria de um homem foragido da Justiça pelo crime de utilização de diploma falso de uma instituição que está proibida de atuar no Brasil.


Jeová afirma que o salário de Corrinha Delfino foi de R$ 4,750 para R$ 16.622 graças ao suposto certificado de Mestrado em Educação. “É preciso ter um pouco de vergonha. Se eu fosse a senhora, sinceramente, eu jogaria a toalha, porque não é mais defensável o seu nome para ocupar um cargo público na cidade de Cajazeiras”, falou o procurador.

Corrinha mostra suposto diploma em emissora de rádio (Foto: Redes Sociais)



Relatório do TCE


No relatório ao qual o Diário do Sertão teve acesso, o TCE ressalta que o cargo de secretária não é cumulativo com outros vínculos públicos e que Corrinha poderá ter que devolver os proventos aos cofres públicos. “O acúmulo irregular dos cargos públicos, nos moldes em que se apresentam, são passíveis de reposição aos Erários por parte da Srª Maria do Socorro Delfino Pereira”, diz.


Resposta de Corrinha


Através da assessoria da pré-candidata Corrinha Delfino, a sua defesa informou ao Diário do Sertão que tomará todas as medidas judiciais possíveis para que Jeová Campos responda por calúnias e difamações e que em momento oportuno, ela irá se pronunciar para a sociedade de Cajazeiras e esclarecer os fatos que forem necessários, já respaldada pela lei.


A defesa nega que Corrinha tenha falsificado diploma, disse que ela está tranquila e que jamais agiria de má-fé para obter vantagens profissionais ou no âmbito da gestão pública.


 


Fonte: DIÁRIO DO SERTÃO