Ex ministro da Casa Civil | O senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP e ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL), reconhece que uma parte do partido quer integrar a base de apoio do governo Lula (PT). Ele afirma, no entanto, tratar-se de uma minoria na sigla. Apesar de parte do partido articular para ocupar cargos na gestão atual, o parlamentar defende em entrevista à Folha que o PP fique na oposição.
Ciro analisou os fatores que levaram à derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas últimas eleições e apontou Carla Zambelli, Paulo Guedes e Roberto Jefferson como alguns dos responsáveis.
“Perdemos essa eleição para nós mesmos. Houve alguns erros na condução da comunicação da pandemia, por exemplo, Paulo Guedes contestando a questão do salário mínimo. Aquele louco do Roberto Jefferson com aquela louca da Carla Zambelli saindo atrás de um negro no centro de São Paulo. Algumas decisões do TSE. Muitas coisas”, declarou o senador.
Durante entrevista à “Folha de S. Paulo”, Nogueira também declarou que a direita perdeu tempo questionando o sistema eleitoral brasileiro, o que teria prejudicado Bolsonaro nas eleições. Entretanto, defendeu que o ex-presidente não afirmou que houve fraude.
“Você tem o direito de questionar qualquer situação, não vejo problema nenhum. Confio plenamente no sistema eleitoral brasileiro, mas não significa que ele não possa ser fraudado. Bolsonaro questionou se haveria votos auditáveis e tudo o mais. Mas eu não vi o presidente dizer que houve fraude”, disse.
Ataques à Brasília
Ao ser perguntado se os questionamentos sobre as urnas teria levado aos ataques às sedes dos três poderes em 8 de janeiro, Nogueira rebateu, afirmando que o grande culpado foi a inoperância das forças que deveriam proteger os palácios, e apontou que Gonçalves Dias, ex-chefe do GSI, teria aberto as portas “para os baderneiros entrarem”.
O senador negou ter ciência da minuta golpista encontrada com Anderson Torres e das mensagens no celular de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro: “Ele que explique o que está no celular dele, qual a participação dele”.
Nogueira também afirmou que o ex-presidente “é um homem de bem, um homem sério e um homem simples”, e que tentativas de macular sua imagem não irão funcionar.
Com informações do Estado de Minas e Folha de São Paulo