CPI DA COVID: “Está provado que o Brasil não quis comprar vacina”, diz presidente da comissão Omar Aziz - BLOG DO GERALDO ANDRADE

CPI DA COVID: “Está provado que o Brasil não quis comprar vacina”, diz presidente da comissão Omar Aziz

 

O senador Omar Aziz (PSD-AM) , presidente da CPI da Covid no Senado, deu detalhes sobre os próximos passos da Comissão, falou sobre a falta de cilindros de oxigênio que gerou colapso na saúde de Manaus (AM) no início do ano e também clamou ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que “pelo amor de Deus, compre vacinas”.

Aziz se emocionou ao falar sobre a morte do irmão , o empresário Walid Aziz, em janeiro deste ano devido à Covid-19 e reforçou a importância da vacinação contra a doença e do trabalho da Comissão em investigar as ações e omissões do governo federal no combate à pandemia. “Não é vingança, eu procuro justiça”, afirmou. “Àqueles que acharam que a CPI ia dar em pizza, se enganaram, porque nós já chegamos aos responsáveis pela não compra das vacinas”, afirmou.

Além disso, o senador também afirmou que as sessões da próxima semana devem provar a existência do chamado ‘gabinete paralelo’, que teria orientado o presidente Bolsonaro em relação ao uso de medicamentos sem comprovação científica no combate à Covid-19 .

Confira abaixo os melhores momentos da entrevista:

O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello foi convocado a depor novamente à CPI sob muitas acusações de ter mentido e tentado, de certa forma, “blindar” o presidente Jair Bolsonaro. Como o senhor avalia os dois dias de depoimento do Pazuello à Comissão?

O Pazuello conseguiu, de cada fato que aconteceu, criar uma versão de um fato que ele mesmo disse: “Um manda e o outro obedece”. Simples assim, e rindo, de uma forma jocosa em relação às famílias que perderam pessoas pela Covid.


Todos nós, não ha exceção no Brasil, que não tenham perdido um familiar, um amigo, um vizinho ou alguém que conhecêssemos, todos nós tivemos esse tipo de perda. Infelizmente isso aconteceu. Então não foi uma mentira, foram várias mentiras ao longo do depoimento dos dois dias e, infelizmente, ele estava munido de um habeas corpus e nada podemos fazer.

Não adianta ali desrespeitar a pessoas, isso não vai resolver, não e uma forma que resolve, o que resolve é buscar a verdade, o que houve, o que está acontecendo, por que nós, um pais tão grande, não tivemos acesso às vacinas e hoje está comprovado que o governo nunca quis comprar vacina, ele apostou em imunidade de rebanho e em um tratamento precoce, pior, divulgando isso sem acompanhamento médico e isso comprometeu muitas vidas.

No depoimento à CPI, Pazuello chegou a pedir desculpas por não ter usado máscara de proteção contra a Covid-19 na ocasião em que foi visto em um shopping de Manaus, mas no final semana seguinte, o general participou de um ato no Rio de Janeiro ao lado de Bolsonaro e não usou máscara novamente. O senhor acredita que existam contradições entre as falas e as ações dele?

Várias, não só essa, por isso a gente afirma que não estamos dizendo algo sem o fato concreto, ele [Pazuello] mente. Aquilo lá é o verdadeiro “motoqueiros do apocalipse”, está morrendo um monte de gente e o cara diz que aquilo não era um ato político, era o que aquilo ali?

“Vamos passear de moto e fechar todas as ruas do Rio de Janeiro, porque eu sou o presidente eu mando e faço o que quiser?”, coloca mil policiais para dar segurança e fazer um passeio a troco de quê? Por que o presidente quer passear de moto? Fechar uma cidade para ele andar de moto enquanto morre gente.

Aí vem um general de três estrelas e dá essa desculpa esfarrapada para o comando do exército. Ou ele está muito confiante que o Bolsonaro  irá protegê-lo, ou ele menospreza a inteligência de generais acima dele no exército brasileiro.

Se você disser para mim que esse passeio foi para arrecadar alimento para o povo que está passando fome, vacina para quem não teve acesso, para conscientizar o povo brasileiro que vivemos um momento difícil é uma coisa, mas não, foi a troco de quê? Festejar o quê?

Aquilo lá não era um cortejo fúnebre de apoio a alguma coisa, aquilo era um cortejo para o ego do presidente, e ali se dispõe um palanque sem máscara com o ex-ministro, que é tratado como herói porque mentiu. Em vez de nos proteger, que é o papel das Forças Armadas, de proteger o povo brasileiro, ele protegeu o Bolsonaro.

O vice-presidente da Comissão, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que Pazuello já é um “candidato a ser indiciado” pela CPI. O senhor concorda com essa afirmação?


Olha, com o depoimento da Pfizer e do Butantan, não tem mais o que falar sobre o descompromisso em comprar vacinas, que levou ao óbito de milhares de pessoas.


No depoimento do Dimas Covas, ele afirmou que se o governo brasileiro tivesse feito um contrato, ele disse o seguinte: “Nós estivemos em uma reunião e oferecemos 60 milhões de vacinas e eles não deram atenção. Depois, em uma reunião entre o Ministério da Saúde e o Butantan, ficou acertada a compra de 48 milhões de vacinas. No dia seguinte, o presidente, pelas redes sociais, disse, atacando, que quem mandava era ele e que não ia comprar a ‘vachina’ chinesa , e esculhambou a China”.


(Depois dissso) pararam as negociações, após anunciá-las. O próprio ministro (Pazuello) disse que essas eram as “vacinas brasileiras”, e depois ele vai à CPI e diz que o presidente nunca o atrapalhou.


A gente em uma guerra, morrendo gente, e o ministro da saúde dizendo que não falava com o presidente. Eu fui governador, se tinha uma rebelião no presídio eu ligava 50 vezes para o secretário de segurança, eu ficava o tempo todo acompanhando. Se eu fosse o presidente, tinha me mudado para o Ministério da Saúde, ligado para as principais lideranças do mundo e dito que queremos vacinas, mas o Bolsonaro  não fez isso em momento algum.



E não adianta nós imunizarmos as pessoas de outra forma que não seja com as duas doses de vacina. Àqueles que acharam que a CPI ia “dar em pizza”, se enganaram, porque nós já chegamos aos responsáveis pela não compra das vacinas.


Em uma live na última quinta-feira (27), o presidente Jair Bolsonaro pediu ao senhor “pelo amor de Deus, encerra logo essa CPI”. Você acredita que ele tenta descredibilizar os trabalhos feitos na Comissão? Por qual motivo?


Naquela conversa que ele teve com o senador Kajuru , ele disse “vamos transformar esse limão em uma limonada”, tanto é que, no outro dia, o senador Eduardo Girão entra com uma nova CPI pedindo para investigar governadores e prefeitos, para tentar conturbar.


Então, o presidente do Senado (Rodrigo Pacheco) apensou, e ficou uma CPI que tem que investigar a omissão do governo federal, falta de oxigênio no estado do Amazonas e a investigação dos governadores e prefeitos. Por isso, a gente teve que adotar o critério de convocar os que tivessem sido denunciados pela Polícia Federal.


Agora, ele pedir para acabar a CPI, lógico que vai acabar um dia, mas ela só tem um mês, ainda faltam dois, e após isso eu atenderei ao pedido do presidente. Isso se tivermos investigado tudo e ela não for prorrogada. Agora eu quero fazer um apelo ao presidente: Pelo amor de Deus, compre vacina. Se o presidente colocar 500 milhões de doses para vacinar com duas doses cada brasileiro, acaba a CPI. Mas, enquanto isso, não irá acabar.


Como o senhor avalia os ataques do presidente Bolsonaro  contra o senhor, até mesmo em relação à sua atuação na saúde do estado do Amazonas quando ainda era governador?


O presidente veio inaugurar uma ponte de 18 metros, conhecida no estado do Amazonas como ‘pinguela’. Eu inaugurei uma ponte de 3 km, olha a diferença, é a ponte que cruza o Rio Negro.



Eu não vi ele construir um hospital de campanha descente neste pais, eu construí o hospital Delphina Aziz, que me honra muito ter colocado o nome da minha mãe, que é hospital referência no Brasil no tratamento da Covid. Eu criei o melhor programa social da história do Amazonas para deficientes físicos. Eu tive uma filha deficiente que faleceu aos 17 anos e eu sei o sofrimento que foi para cuidar dela, e eu tinha condições.


Eu propus que, se um dia eu chegasse ao governo, ia fazer isso ao povo que não tinhas as mesmas condições que eu. Além disso, fui o governador mais bem avaliado e votado da história do Amazonas, então eu tenho um legado.


Eu fiz o meu papel na saúde, e quando aconteceu esse fato, eu não era mais governador, eu já era senador da república, mas as questões politicas levaram a isso. Então, presidente, eu não contribuí com o assassinato e morte de ninguém, eu fiz aquilo que era possível para salvar vidas.


Em 4 anos [como governador] eu entreguei 30 mil casas, ele (Bolsonaro) não consegue entregar isso. Agora, em vez de me esculhambar, porque não vai e compra vacina? É o que nós queremos, mas é o papel dele, do “robô” dele me esculhambar.


Eu estou com a consciência tranquila, tentando fazer o meu melhor pelo Brasil e pelo meu estado que sofreu muito com a pandemia, porque só eu sei, e eu estava aqui e sou um político há muitos anos.


Minha primeira eleição foi em 1988, e antes eu já fazia politica estudantil, lutei contra a ditadura, fiz aquilo que qualquer jovem tinha que fazer na vida, e eu sei quantas pessoas me mandaram mensagem pedindo “pelo amor de deus, salve meu pai e minha mãe que não tem oxigênio” e você não poder fazer nada, porque não tinha oxigênio para salvar as pessoas.


Cerca de duas semanas atrás, senadores membros da CPI encaminharam à Polícia Federal ameaças que receberam por mensagens nas redes sociais e pelo WhatsApp. O senhor também foi vítima disso? Como enxerga essas ameaças aos parlamentares?



Toda hora, mas fazer o quê? Eu ando na rua sem segurança, vou para o aeroporto, pego o avião e vou para Brasília, de lá volto para Manaus. Eu coloco na mão de Deus, Ele que sabe, ninguém é dono do seu destino, a gente tenta construí-lo.


Todos nos queremos ser felizes, casar, viver a vida toda com aquele parceiro, quer ter filhos, educá-los… Todos queremos o mesmo, mas os percalços da vida atrapalham  os nossos projetos. Todos nós temos problemas, a gente olha para a pessoa do lado e pensa “queria ser como ela”, mas aquela pessoa tem problemas, e a gente não sabe quais são, é dela, cada um sabe onde o sapato  aperta, não tem classe social para isso, pode ser rico, pode ser pobre, o barraco é o mesmo.


Durante as sessões da Comissão, e possível notar que a crise da falta de oxigênio em Manaus é um tema “espinhoso” para o senhor quando ele vem à tona. Como foram os dias em Manaus e no estado do Amazonas quando faltou oxigênio? E, na sua opinião, o que deixou de ser feito pelo Ministério da Saúde para tentar evitar esse colapso?


Eu evito a gente responsabilizar, porque foi um fato, uma coisa que aconteceu, que eu não desejo para ninguém. Meu irmão estava internado, ele faleceu. Aconteceram muitas coisas. Não é vingança, eu procuro justiça, que é vacinar as pessoas, não tem outro jeito.


Em 2022, as pesquisas eleitorais indicam que teremos novamente  um cenário polarizado, mas, agora,  entre Lula e Bolsonaro. Como você analisa essa situação? Acredita que é capaz de uma terceira via surpreender na eleição?


Eu prefiro, nesse momento, no lugar que eu estou, não falar sobre política. A única coisa que eu não quero é politizar vidas, não dá. Não cabe a mim agora. Esse comentário tem que ser feito no momento certo, é lógico que se eu for candidato à reeleição e se eu tiver que apoiar alguém, eu vou apoiar e vou declarar o meu apoio.



Agora, qualquer posicionamento meu pode desvirtuar o trabalho que estamos fazendo [em referência à CPI]. Não é bom para mim e não é bom para o Brasil, porque algumas pessoas querem desvirtuar.


Do mesmo jeito que algumas queriam que eu prendesse o Fabio Wajngarten . Se eu prendesse, a CPI acabava naquele dia. Muita gente estava em casa e falava “pô, se acovardou, não prendeu”, e não, eu estou sendo racional.


Eu fico ali no centro e sou um mediador e, muitas vezes, lógico que dá vontade de dizer “meu amigo, o que que falta para você entender que está morrendo gente? Será possível que tudo aquilo que o governo fez não está adiantando de nada? Tratamento precoce, imunização de rebanho… Tudo isso matou gente”.


Dá vontade, mas eu tento me segurar às vezes. O pior é você ver uma pessoa sentada ao seu lado direito mentindo descaradamente enquanto tem pessoas que perderam amigos e familiares olhando a televisão e pensando “esse cretino não sabe o que eu passei”.


Então, eu não tenho o direito de falar sobre política. Todos os que me perguntam, eu fico calado e peço desculpas, mas é um assunto que eu não devo tratar.


Como são os bastidores da Comissão? Sabemos que na CPI há senadores independentes, de oposição e governistas, como é a convivência fora do plenário, antes e depois das sessões?


É boa. Todo senador que está ali sentado tem uma virtude, ele ganhou uma eleição democrática, o povo que escolheu, cada um tem o seu comportamento, e quem vai julgar essas pessoas é o estado delas, não sou eu.


Eu me posiciono, vejo, recomendo, digo “olha, estão falando sobre remédio, mas não vai ‘pegar corda’, porque eles nunca passaram na porta de uma faculdade de Medicina e não podem prescrever remédio aqui”. Mas acho que, por mais inteligente que você seja, defender o indefensável é difícil, então quem vai julgá-los não sou eu, e sim os eleitores dos seus estados. Eu procuro fazer o melhor e falo por mim.



É lógico, temos discussões entre nós, brigas, às vezes a gente sobe o tom, mas a nossa relação é diária, é muito difícil a gente não conviver ou não se cumprimentar, tem que ter o respeito. A divergência, do ponto de vista político, não é a inimizade com a pessoa, é um convencimento político. Tento ter o respeito por todos e sentar ali e ser um mediador. Às vezes eu peço tranquilidade e encerro a sessão.


O Wilson Lima foi um dos governadores convocados a depor na CPI e, inclusive, a PGR o denunciou por suposto envolvimento em um esquema de corrupção ligado a verbas destinadas ao enfrentamento da pandemia no estado. O senhor já fez acenos positivos a ele, inclusive no ano passado, já durante a pandemia. Como o senhor enxergou essa convocação? Houve falhas do governo amazonense no trato da pandemia?


No início da pandemia, ninguém sabia nada, todo mundo dava pitaco. Se houve equívoco, a pessoa tem que pagar por isso. Tanto é que o critério que utilizamos para convocar os governadores foram aqueles que tiveram operação da Polícia Federal, e eles vão ter espaço suficiente para se defender ali, um dia todo e com o Brasil inteiro assistindo.


Agora, posso te assegurar uma coisa, tanto é que o primeiro nome que eu coloquei para votar foi do meu estado, o Wilson Lima. Todo mundo votou em unanimidade, aí eu me aborreci porque quando eu coloquei o Hélder Barbalho, três senadores eram contra, e eu falei “peraí, molecagem comigo não, nós fizemos um acordo que íamos colocar os governadores”.


Essa questão para mim é passado, vamos aguardar, se eles não conseguirem uma decisão no Supremo Tribunal Federal (STF), vão ser chamados e terão que se explicar, seja quem for.


Já é possível fazer uma análise preliminar a respeito da crise sanitária da Covid-19 no Brasil e apontar eventuais responsáveis?



Eu não posso pré-julgar quem são os responsáveis, mas posso te dizer que está provado que o Brasil não quis comprar vacina, quis apostar na imunização de rebanho e no tratamento precoce. Está provado.


Acho que na próxima semana a gente consegue provar que tinha um “gabinete paralelo”, que orientava o presidente, porque ele não acordou e disse: “sonhei que cloroquina salva”, alguém o convenceu. E a outra questão são as fake news, que nós vamos chegar também, se Deus quiser, que propagou remédios que não salvam ninguém.


Eu recebo mensagens das pessoas falando que a tia, a avó foram salvas pela cloroquina, e isso é fake news. Como que a pessoa pode afirmar isso? Uma pessoa que não tem o menor conhecimento vacinal afirmando um negócio desse, e tem gente que acredita.


O senhor acha que a peça-chave para tudo isso vai ser a convocação do empresário Carlos Wizard, por exemplo?


Não só ele. Eu só não posso dizer o que nós vamos fazer, porque daria uma defesa prévia ou eles poderiam contestar que já temos uma opinião formada. Isso dá a ele o direito de ir à Justiça e dizer que o presidente da CPI já tem um julgamento dele.


Eu não posso pré-julgar, mas eu posso afirmar que o Pazuello mentiu, porque ele já mentiu, como todos os outros já mentiram. Todos os ministros que passaram por lá mentiram, sem exceção, Mandetta, Teich, Pazuello e Queiroga .


O Queiroga foi constrangido esta semana. Ele chamou uma profissional, a Luana Araújo [nomeada para chefiar a recém criada Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 e exonerada 10 dias depois], que já convocamos à CPI, e ele mesmo disse que não foi uma questão técnica, e sim política [seu desligamento].



Ele também disse que tinha autonomia no Ministério para nomear quem ele quisesse, o que não é verdade. E eu disse a ele “doutor, o senhor passou no mínimo 6 anos para se graduar, mais 3 ou 4 anos para fazer residência médica, não sei quantos anos para se especializar, o senhor não pode chegar aqui na CPI e abrir mão de todo esse contexto para defender um governo desse”. Então eu quero ele lá de volta para esclarecer essas questões.


Como que ele fica pregando o uso de máscara, álcool em gel, isolamento e o presidente andando por aí, vindo aqui com os indígenas. E ele não vem me dar aula de Amazonas, porque eu dou aula para ele e ele não sabe nem para onde vai. Inclusive, as aldeias do Alto Rio Negro já se manifestaram em nota sobre isso. E ele não pode brincar com os remédios tradicionais, nós, que moramos no Amazonas, respeitamos a cultura tradicional, ele não respeita”.


O senhor acredita que o fato da CPI ser televisionada influencia de alguma forma nos depoimentos ou posicionamentos de certos depoentes?


Acho que não. Eu creio que alguns depoentes foram lá cumprir uma missão, proteger o chefe maior, e a missão que eles tinham que ter é de proteger a população brasileira. Essa é uma diferença no jeito que eu penso e que outros colegas pensam, e eu respeito o pensamento de cada um.


Se não fosse a CPI, nenhum brasileiro saberia que a Pfizer mandou carta, o que aconteceu com o Butantan, e teve gente que achava que a Comissão não ia dar em nada, mas já deu.


O Brasil não comprou vacina no momento certo porque não quis, não foi falta de oferta. Aquela carta que o  Fabio Wajngarten entregou para a gente, ele não tinha visto a data, quem viu foi o Randolfe. Dia 12 de setembro, o presidente, o vice-presidente, o ministro da Economia, ministro Braga Neto, ministro da Saúde e o embaixador do Brasil nos Estados Unidos receberam uma carta Pfizer, e já tinham mandado antes, aquela foi a gota d’água.



Aí dois meses depois, um proprietário de uma rede de televisão liga para o Wajngarten dizendo que a Pfizer queria vender vacina. E nós só chamamos o Fabio porque ele deu uma entrevista para a Veja dizendo que o Ministério da Saúde era cheio de incompetentes.


O Butantan também está entregando todas as correspondências que fez ao governo e o governo não respondeu.


Fonte: IG

Créditos: IG